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Funcionário 1: O Serôdio é um tipo muito antiquado. Vejam lá que sai pontualmente às cinco. Arruma a mala, bem fora de moda por sinal, penteia a melena e despede-se: “então fiquem em boas graças”. Ridiculo!
Funcionário 2: O tipo nunca aceita horas extraordinárias. Não tem mail, nem usa smartphone, muito menos redes sociais.
Funcionário 3: Então não vêm que é um bicho raro. Diz que não prescinde de ir buscar a mulher ao emprego e ir com ela tomar o lanche.
Funcionário 1: Outro dia o Sr. Lemos avisou-o que ele tinha de mudar de norte, ao que ele respondeu que cumpria as suas obrigações mas que defendia o seu tempo privado. Que parvo, não admira que todos lhe passem à frente.
Funcionário 2: O pior é que o gajo não tem consciência, anda para aí satisfeito. Até parece que todos os dias vai a uma sociedade lá no bairro dele. Dizem que é bom a jogar xadrez. Irresponsável!
Funcionário 3: Nós aqui a darmos ao litro, sem tempo para nada, horas sobre horas e o cretino na boa. Sim, eu estou sempre ligado á empresa, atendo todas as chamadas, respondo a um mail qualquer que seja a hora... e ele nada. Há dias disse-me: eu não quero deixar de sentir que tenho tempo.
Quando as pessoas incorporam a inevitabilidade de não terem tempo entra-se em alerta vermelho. Deixaram de se perceber como humanos e de atender ás necessidades humanas, uma delas o lazer. Estamos imersos numa cultura que valoriza o estar atarefado, a hiperprodutividade a ganãncia. A cenoura está sempre á frente do burro e este corre corre para a mastigar, sem nunca o conseguir. Critica-se e culpabiliza-se os que se mantêm íntegros e afirmativos na defesa da qualidade do viver.
O tempo pessoal e social são indispensáveis à vida, não podem ser sugados pelo tempo do trabalho.
ALERTA! Fatores psicossociais no topo das problemáticas de saúde ocupacional.www.alterstatus.com